O Rei Trisong Detsen, desde a sua mente de sabedoria e intenção iluminada, estava buscando formas de beneficiar aos seres. Ele compreendeu que o estabelecimento de um palácio traria grande benefício e iniciou as atividades necessárias para construir Lhasa Samye. Para realizar isso, ele convidou, da India, Guru Padmasambhava e o abade Shantarakshita. Estes dois, juntamente com o rei, formaram a tríade conhecida no Tibete como “khen lo tchi sum”, a base que tornou possível que o Budismo fosse estabelecido no Tibete.
Lhasa Samye teve três arquitetos: um chinês, um nepalês e um indiano. Cada um deles planejou um dos três andares de Samye, que representam os três kayas. Naquela época, Padmasambhava encontrou uma reencarnação de Kungawo, um importante discípulo de Buddha Shakyiamuni: este era o sublime tradutor Vairotsana, que veio a traduzir as três cestas dos ensinamentos do Buddha.
Alguns entre os ministros do rei estavam sob fortes influências de demônios e impedimentos que estavam invejosos e ressentidos em relação às grandes realizações do tradutor Vairotsana. O rei estava incapaz de lidar com a situação, e tristemente teve que enviar Vairotsana à região conhecida por “Tsawa Ru”, na fronteira entre o Tibete e a China. Nesse tempo, no seu caminho para lá, Vairotsana interrompeu o trajeto e ficou no local onde o monastério de Kathog será posteriormente fundado. Ainda hoje, pode-se ver em Kathog a sua caverna de meditação, chamada “Vairo Pu”. Ele, nesta época, fincou o seu cajado na terra e, destas bênçãos, no local, cresceu uma árvore de junípero. Diz-se que ela tem muitas qualidades curativas. Ao lado da árvore, foi construída uma estupa. Ambos podem ainda ser vistos em Kathog. Este foi o tenro início de Kathog, que começou, portanto, com o grande Lotsawa Vairotsana. Isto significa que o Monastério de Kathog começou logo após Lhasa Samye, demonstrando o grande poder e energia das bênçãos para fazer da Terra das Neves um local sagrado para o benefício dos seres.
Muitos anos depois, em torno de 1159-1162, Kathog Dampa Desheg foi enviado à região do Kham por seu Guru, que disse que ele traria muito mais benefício estando ali. Foi ele quem fez de Kathog um monastério proeminente. Entre seus sucessores imediatos, estão Tsangtun Dorje e Jampabum. A suprema energia do Monastério de Kathog era como o sol ao seu zênite na época do seu quinto abade, Yeshe Bum. Neste tempo, havia aproximadamente 180.000 praticantes e Lamas em torno do monastério. Cem mil dos praticantes e Kathog alcançaram o corpo de arco-íris, e por este motivo há cem mil estupas em Kathog. Cada uma delas tem cabelo, unhas e pertences de cada um destes corpos de arco-íris. O local onde se encontram as estupas é chamado “ku bum”. Kathog Dorje Den é considerado no Budismo Tibetano como sendo o mais sagrado dos monastérios no Tibete. É um tesouro precioso como Bodh Gaya na India, conhecida por Gyakar Dorje Den.
Após séculos com Kathog mantendo a linhagem, no século XVII, o grande revelador de tesouros Rigdzin Dudul Dorje e seu discípulo Vajradhara Longsal Nyingpo renovaram as energias desta linhagem suprema. Um dos principais discípulos de Dudul Dorje, Kunzang Sherab, fundou o Monastério Payul, que veio a se tornar uma linhagem importante na tradição Nyingma; e Padma Rigdzin fundou o Monastério Dzogchen. Ainda, dentre todos estes grandes mestres na história de Kathog, o revelador de tesouros Longsal Nyingpo se sobressai. Graças à sua conexão em vidas passadas com Guru Rinpoche, e da forma como Guru Rinpoche profetizou, Longsal Nyingpo revelou muitos textos sagrados e substâncias; verdadeiramente levando adiante a linhagem. O Centro de Budismo Tibetano no Brasil chamado Dorje Chokhor Ling mantém a prática de Yeshe Rabar, o principal tesouro do Vajradhara Longsal Nyingpo.
Pelos registros históricos, sabemos que no local onde o Monastério de Kathog se localiza, originalmente Guru Rinpoche e seus vinte e cinco discípulos praticaram por vinte e cinco dias e consagraram o terreno treze vezes. Há muitos sinais miraculosos, tais como marcas das mãos e pegadas de Guru Rinpoche em rocha sólida. Esta é uma terra de grande êxtase onde as dakinis dançavam, e deixaram marcas das suas pegadas no topo de grandes rochas. As práticas no Monastério de Kathog incluem ambos sutra e tantra. Há muitos, muitos textos preciosos nesta tradição. Por meio da inspiração dos grandes mestres e do poder dos protetores do Dharma, a linhagem de Kathog tem avançado forte e ainda mais vigorosamente nestes tempos de degeneração. Há hoje muitas centenas de monastérios e centros que são ramificações de Kathog pelo mundo. Muitos, muitos grandes mestres e professores de Kathog ainda estão vivos e continuamente mantêm esta linhagem preciosa.
E ma ho! Sarwa Mangalam!
Lama Chimed Rigdzin detém a linhagem completa das práticas de Kathog e autoridade para ensinar e transmitir essas
linhagens preciosas, mas ele considera que Tröma é a sua prática principal. A sua linhagem de Tröma é breve e vem de Semo Dechen Yudron, Dechen-la, filha de Dudjom Rinpoche, quem muitos consideram ser uma emanação de Tröma. Em Lama Ling, no Tibete, ele recebeu o ciclo completo de Tröma, incluindo os ensinamentos profundos, de Dechen-la e de seu consorte, Chonyid Rinpoche, e completou um retiro conduzido por eles.
Além disso, por causa destes tempos de degeneração e de doença, Lama Chimed sente a necessidade de ensinar as práticas de Buddha da Medicina, Tara Verde, Vajrasattva e de Chenrezig. A prática do Buddha da Medicina ajuda a purificar doenças e o carma negativo associado a elas; Tara Verde engloba a atividade de todos os Buddhas e sua qualidade especial é a proteção dos oito terrores (medos); Vajrasattva é a deidade na qual o Budismo Vajrayana confia para purificarmos nossas ações não-virtuosas passadas; e Chenrezig é conhecido como o Buddha da compaixão. Todos os Buddhas têm amor e compaixão, mas Chenrezig é o principal entre eles, por suas qualidades de amor e compaixão ele está mais ligado com seres em todos os seis reinos.