Sobre a prática de Phowa
Phowa é a transferência da consciência no momento da morte, atirando-a para cima tal como uma flecha desde o cadáver para a Terra Pura de Amitabha, a Terra Pura da Grande Bem-Aventurança. Veja aqui informações sobre o Retiro de Phowa em setembro/23.
É uma prática concisa, não envolve rituais, está ao alcance de todos que queiram treinar-se e exercitar a mente. Phowa nos livra dos sofrimentos dos bardos. Há seis bardos, e Phowa atua especificamente no bardo da morte. Há três problemas em vivenciar o bardo: um deles é o apego, o outro é o medo da morte, e, por último, o não reconhecimento da morte em função de morte repentina.
A importância do treinamento em Phowa
É importante treinar-se em Phowa até que se alcance sinais de sucesso na prática. Alcançar os sinais pode demorar prazos diferentes: três semanas, um mês, alguns meses, etc. Durante o retiro no Dorje Chokhor Ling, Lama Chimed irá ensinar sobre esses sinais de sucesso que devem ser alcançados.
Claro, a prática nos beneficiará no momento da morte se tivermos alcançado os sinais e nos lembrarmos de nosso Guru e da impermanência, assim como se pudermos reconhecer a luminosidade da consciência em quaisquer circunstâncias.
Ainda que o praticante não tenha alcançado os sinais de domínio da prática, o conhecimento e treinamento em Phowa asseguram que ele ou ela não terá renascimento nos três reinos inferiores.
Recomendação importante do Lama tibetano Chimed Rigdzin
Sem ter alcançado os sinais de domínio na prática, não se deve tentar realizar Phowa para auxiliar um terceiro na morte. Ainda que se tenha a mais pura das motivações, realizar a transferência da consciência não é uma aspiração, mas sim uma atividade de engajamento. Sem ter obtido os sinais de domínio da prática, estamos enganando o falecido a quem pretendemos ajudar. Por este motivo, é imenso mau carma que se tente realizar Phowa para terceiros sem ter obtido os sinais de domínio na prática.
Mesmo no Tibete, muitos Lamas não realizam Phowa para terceiros, por causa do mau carma envolvido caso não se realize a transferência corretamente. Contudo, tendo alcançado os sinais de domínio na prática, aí sim, é possível trazer imenso benefício a falecidos por meio de Phowa , tanto humanos como animais.
Também, não tente ensinar Phowa se você ainda não alcançou sinais de domínio e sucesso na prática. Novamente, Phowa é atividade engajada, e não uma aspiração. Precisa ser realizada com precisão. É incontável mau carma tentar fazer Phowa para terceiros, ou ensinar Phowa, sem ter alcançado os sinais.
Quais são sinais de sucesso na realização de Phowa para terceiros?
Um exemplo vivenciado por um membro da Sangha no Dorje Chokhor Ling foi a prática de Phowa que Lama Chimed fez para o seu cão Norbu. Uma pessoa da Sangha, chamado Rogério, que estava ao lado do Norbu quando Lama fez Phowa, colocou manteiga na coroa da cabeça do cão Norbu a pedido do Lama. A manteiga se derreteu e chegou a sumir. Este foi o primeiro sinal de sucesso. O segundo sinal: quando se está morto, claro, o cadáver fica rígido. Depois da prática realizada por Lama Chimed, o cadáver do Norbu ficou novamente flexível e relaxado, como se estivesse ainda vivo. O terceiro sinal, e mais importante, são os sinais alcançados pelo praticante fazendo Phowa de que foi alcançada a liberação do falecido.
Impermanência
Inerente aos ensinamentos de Phowa está o reconhecimento da impermanência. Todos sabemos da certeza de nossa morte inevitável; entretanto, procrastinamos e nem sempre reconhecemos que a impermanência pode se manifestar a qualquer momento. É esta negação da iminência da impermanência que nos pegará desprevenidos. Por isto, os ensinamentos de Phowa são incalculavelmente valiosos.